terça-feira, 10 de julho de 2012

PLENA

Julho 10 de 2012




As  vezes  finjo que não sou eu,  que não  sinto
tristeza, dor,  arrependimento, medo, solidão.
As finjo que sou  plena, e me vejo de uma
maneira que nem sei se existe.
Feliz toda hora, sorrindo o tempo  todo, segura
sem  nenhum desequilíbrio.
Mais eu sei que não é real, não existe plenitude,
pelo menos não em tudo, nem tudo é completo,
cheio, inteiro, somos feitos de pedaços, e a vida
não é diferente.
Muitas vezes eu cato os meus pedaços e saio
juntando , remendando pra ver o que vai dar.
Tem dias que não gosto e não adianta mudar
porque diferente não vai ficar.
Bom mesmo é quando não preciso demonstrar
nada,  quando sou eu mesma em todas as horas,
feia, bonita, triste , alegre, fraca, forte, equilibrada ,
desequilibrada,  cheia ou  vazia, mas  sempre  Eu
aquela que é capaz de se olhar no espelho apontar
o  dedo e os próprios defeitos exibir.
Aquela que quando erra, a consciência pesa e logo
tem  a humildade de desculpas pedir. Sou inteira e ao
mesmo tempo me divido em mil pedaços, sempre que
que for preciso pra melhor eu me sentir, o que for bom,
eu guardo com muito cuidado, o que for ruim descarto,
encontro algo  pra substituir, mesmo que seja em mim.



Avanny Arruda




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